
Sabia que esta é a causa mais comum de infertilidade masculina?
A oligospermia (ou oligozoospermia) é uma doença comum que provoca a diminuição do número de espermatozoides no sémen, gerando grandes problemas na fertilidade do homem. Saiba mais sobre o assunto.
Ao contrário da mulher, que já nasce com um número exato de óvulos, o homem produz espermatozoides ao longo de toda a sua vida. Se o casal estiver a tentar ter filhos há mais de um ano, é recomendado procurar ajuda médica para investigar não só a saúde da mulher, mas também a do homem, tendo em vista que ele pode sofrer de oligospermia.
O que é?
A oligospermia é uma condição que afeta a produção de espermatozoides, diminuindo a sua quantidade no sémen e podendo levar à infertilidade masculina, sendo uma das causas mais comuns do problema. A quantidade de espermatozoides considerada normal é de 15 milhões por ml de sémen, menos que isso já pode ser considerada oligospermia, ou seja, é identificado que a produção de gametas masculinos não está a ocorrer da forma certa e saudável. Se a quantidade verificada for menor que 5 milhões de espermatozoides, a oligospermia passa a ser considerada severa. Esta é uma patologia que pode ser temporária ou permanente, e o diagnóstico vai definir qual o tratamento a ser feito.
Principais causas
Em determinados casos, a infertilidade masculina é de origem desconhecida, mas a oligospermia tem algumas causas já explicadas. Ora tome nota:
– Infeções genitais;
– Varicocele (varizes no saco escrotal);
– Criptorquidia (testículos não descidos ou ausência de um ou dos dois testículos na bolsa testicular);
– Disfunções endócrinas;
– Alterações hormonais;
– Alterações nos cromossomos sexuais;
– Idade avançada (quanto mais velho, menor o nível de testosterona no organismo e a produção de espermatozoides);
– Maus hábitos de vida (dieta inadequada, tabagismo, drogas ou anabolizantes, obesidade, stress);
– Uso de roupas apertadas;
– Uso de medicamentos específicos (imunossupressores, anabolizantes, antiandrógenos);
– Quimioterapia ou radioterapia;
– Cirurgias genitais;
Como é feito o diagnóstico?
A oligospermia é diagnosticada quando é encontrado nas amostras um número de espermatozoides menor que 15 milhões por ml de sémen. A doença pode ser diagnosticada em graus diferentes, indo da forma leve à severa.
Leve: entre 10 e 15 milhões de espermatozoides por ml de sémen.
Moderada: entre 5 e 10 milhões de espermatozoides por ml de sémen.
Severa: entre 0 e 5 milhões de espermatozoides por ml de sémen.
Azoospermia: ausência total de espermatozoides.
Exames recomendados
Para identificar a oligospermia, é necessário fazer um exame chamado espermograma, que vai detetar a quantidade de esperma no sémen. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), se o número de espermatozoides estiver normal na avaliação, não é necessário fazer o teste novamente. No caso de o resultado vir com alterações, a análise deve ser repetida. O exame recolhe uma amostra do sémen do homem através da masturbação, que analisará o aspeto, a quantidade e a condição dos espermatozoides. Para um diagnóstico mais fidedigno, é importante que o homem 48 a 72 horas antes do exame fique em abstinência sexual; também é recomendado fazer pelo menos duas coletas, de preferência com um intervalo superior a 15 dias, para ter certeza do diagnóstico.
Tem tratamento?
A oligospermia pode ser temporária ou permanente e a terapêutica varia muito, dependendo da causa e do grau de severidade da doença. Alguns tratamentos indicados são:
– Medicamentos (para aumentar o número de espermatozoides);
– Cirúrgico (em casos específicos, como quando ocorre por varicocele, por exemplo);
– Mudança de hábitos (dieta equilibrada, evitar o consumo de álcool e drogas, etc.);
– Reposição hormonal (quando a causa é hormonal);
É possível ter filhos?
A oligospermia afeta a fertilidade masculina, porém, a impossibilidade de ter filhos depende do grau de severidade da doença.
A quantidade de espermatozoides observada na recolha em exame específico irá definir o grau de severidade e, consequentemente, indicará a possibilidade de ter filhos ou não. Quando a doença é considerada leve, há probabilidade, mesmo que menor, de ter filhos de forma natural.
A infertilidade acontece quando a baixa quantidade de espermatozoides presentes no esperma não é suficiente para que haja hipóteses reais de fecundação do óvulo. Neste caso, o casal poderá recorrer às técnicas de reprodução alternativa.
Sabia que?
*Segundo um estudo de uma conceituada universidade brasileira, dos 10 a 15% dos casais que têm dificuldades em ter filhos após um ano de tentativas, cerca de 50% das causas de infertilidade são de origem masculina.
*Aproximadamente 40% dos homens com infertilidade têm a causa encontrada, enquanto os outros 60% têm a causa da infertilidade desconhecida.