Estimulação elétrica cerebral melhora memória em idosos saudáveis

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Uma investigação publicada na revista científica Nature identificou uma forma de aumentar a capacidade de memorização de idosos sem patologias

Cerca de um quinto da população mundial terá mais de 60 anos até 2050, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), o equivalente a mais de 2 mil milhões de pessoas.

Perante este cenário, a preservação da capacidade cognitiva dos mais velhos, que diminui com a idade independentemente da forma física, torna-se uma prioridade para o futuro.

Os resultados de um estudo realizado por cientistas da Universidade de Boston, levam a crer que isso pode ser possível a médio prazo e a baixo custo.

A equipa do professor Robert Reinhardt selecionou 60 pessoas entre 65 e 88 anos, sem doenças cerebrais que comprometessem a cognição.

Elas foram submetidas a sessões diárias de 20 minutos, durante quatro dias consecutivos, de estimulação transcraniana de corrente alternada, TACS (Transcranial alternating current stimulation).

Esta é uma das técnicas mais recentes de neuromodulação não-invasiva usada em pesquisas e tratamentos. A primeira surgiu há mais de 25 anos. Durante o procedimento, elétrodos foram colocados na cabeça dos participantes, que receberam descargas elétricas cerebrais em voltagens diferentes.

Dois tipos de corrente foram testadas: em frequência lenta, no lobo pré-frontal do cérebro (4 Hz), e em frequência gama (60 Hz), no lobo parietal. Esses valores correspondem a 4 ou 60 oscilações neuronais por segundo.

A neuroestimulação foi realizada enquanto os participantes do estudo memorizavam cinco listas de vinte palavras e, em seguida, tentavam lembrar-se delas.

O mesmo teste foi realizado um mês depois. Os dados apresentados pela equipa americana mostram que a memória imediata e de longo prazo dos idosos melhoraram após a experiência. Os benefícios foram mais perceptíveis entre aqueles que apresentavam uma maior diminuição da capacidade de memorização.