Especial Sono do Bebé e Grávidas

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Mulher e homem são diferentes, disso não há qualquer dúvida.

Energia masculina e energia feminina têm particularidades, uma não é melhor nem pior que a outra, na verdade complementam-se.

Mas toda a moeda tem dois lados e aquilo a que chamamos progresso ou evolução, com a emancipação da mulher, igualdade de direitos e deveres, os papéis da mulher e do homem foram-se misturando e até trocando, com consequente conflito de energias e comportamentos.

Não defendo um regresso às origens, mas defendo uma tomada de consciência desta questão e algumas mudanças ou ajustes de comportamento dentro do possível, principalmente no período da gravidez e nos primeiros anos de vida da criança.

No processo de maternidade o homem é como se fosse o agricultor que prepara a terra e a mulher é quem faz a sementeira e cuida das plantas.

Cada um tem o seu papel, cada um tem características específicas para cada tarefa, mas se trocarem de tarefas, instala-se a confusão. Confusão que hoje em dia está instalada de uma forma geral!

Em termos práticos o que quero eu dizer? Os mais pequenos, que são extremamente sensíveis, sentem tudo quanto seja conflito, essencialmente na sua mãe. Sim, leram bem, principalmente da mãe!

A criança tem uma ligação especial à mãe, um amor gigante por ela, de tal forma que nos primeiros 7 anos (inclusive ainda dentro da barriga) o filho sente praticamente tudo o que sente a mãe.

Será compatível que durante a gravidez, quando a mulher mais precisa de sentir paz e estar descansada, ter uma vida diária de muitas horas de trabalho que lhe provoca níveis elevados de stress e ansiedade? Será totalmente natural ao fim alguns meses de um bebé ter nascido, estar afastado da mãe por 8 ou 10 horas por dia?

A mãe começa a ter de repartir a atenção, numa fase tão importante como esta, com outro tema tão importante como é o trabalho, enquanto o seu instinto maternal requer ainda tanta desta sua atenção.

Neste contexto, infelizmente é natural na criança sentimentos de algum stress ou ansiedade bem como de abandono, principalmente quando começa a fase de infantário e da mãe tem de ir trabalhar.

Já devem ter ouvido a expressão “modo de luta ou de fuga”. É uma resposta biológica e automática que qualquer ser humano tem que se caracteriza como uma resposta do nosso sistema nervoso a estímulos externos interpretados como uma ameaça ou um perigo em que nos preparamos para lutar ou fugir, mesmo não tendo de o fazer na prática.

São reações legítimas e buscam a autoproteção, estando intimamente ligadas ao instinto natural de sobrevivência.

Sentimentos e emoções como os referidos acima provocam um estado de alerta com consequente ativação por vezes de “modo de luta ou de fuga”, que se irá refletir num aspeto tão importante como é o descanso, quer na grávida, quer posteriormente no bebé.

Quem consegue dormir se estiver com o sentimento de necessidade lutar ou fugir?! Quem não ouviu já a típica história de que quando a mãe precisa de descansar é quando eles estão acordados ou que requerem mais atenção?

Será que este tipo de situações são tão fora do normal assim, ou será, que hoje em dia queremos adaptar a vida na sua essência ao que nós consideramos “normal”?

Nesta fase de bebé devemos seguir mais os nossos instintos animais, descansar e dar atenção ao bebé quando ele precisa e não estar ligados aos padrões que a sociedade nos impõe.

Sugiro que com alguma frequência faça introspeções no sentido de procurar quais os conflitos da sua vida (pessoal, conjugal, familiar, laboral, social, etc.), trabalhe as emoções, os sentimentos e tome decisões.

Quer ver o seu filho feliz, seja feliz!

POR: Francisco Félix _ EHC Terapeuta