Queridos pais,
Como se sentem? Já de férias? Espero as estejam a aproveitar muito bem.
Vamos conversar sobre o tema polémico que é o bullying?
Este artigo pode ferir os mais sensíveis, magoar e até ofender-vos. Acreditem não é a minha intenção, mas sabem como gosto de falar-vos nos olhos e dizer o que sinto da forma mais honesta possível.
Culpamos, apontamos o dedo tantas vezes às escolas, tantas vezes pela má gestão de casos de bullying. Dizemos em muitos casos que é “inadmissível” situações destas acontecerem.
Contudo, falta-nos perceber e olhar com outros olhos para o tema.
É sabido que os que praticam o bullying são as crianças que aparentemente são muito confiantes e daí a tendência de rebaixarem os “mais pequenos, menos inteligentes, mais cromos, mais esquisitos ou diferentes da maioria”.
O que é certo é que essas crianças que rebaixam e maltratam os outros são habitualmente crianças emocionalmente desequilibradas, com fraca autoestima, tristes, ressentidas com o que têm vivido. São crianças que precisam de ajuda, de adultos-referência, de limites, de regras e, tantas vezes, também de amor.
Em contrapartida, temos as “vítimas de bullying”, crianças igualmente com níveis de confiança muito baixos e com imensa dificuldade em se defenderem, tornando-se assim alvos fáceis a serem atingidos.
E aqui é onde deve recair a grande questão: poderei eu, enquanto pai e mãe, prevenir que o meu filho seja um deles? A resposta é SIM! Pode e deve contribuir.
Diria que vocês, os pais, nós, temos um papel fundamental nesta temática que tanto destrói a vida de tantas crianças e jovens.
“Então Carolina, mas COMO fazemos isso?”, perguntam vocês.
Convido-vos a tirarem notas e a colocarem esta frase no vosso frigorífico como lembrete:
“O BULLYING COMEÇA EM CASA!”
Ou seja, parem de chamar nomes e colocar rótulos no vosso filho: “peste, terrível, safado, mentiroso, envergonhado, mau, maluco”. Não façam isto se querem mesmo trabalhar a sua autoestima e confiança.
O que quer que digam que ele “é”, ele será. É como se estivessem a reforçar essa característica nele e se são “nomes feios”, é com isso que ele conviverá e sentirá que é, de facto.
Esta consciência é “salva-vidas”.
Cuidem-se bem, meçam as palavras e aquilo que dizem ao coração sensível e em crescimento do vosso filho. Falem com amor.
Outra dica importante é desenvolver a autonomia e a independência da criança. Desta forma, ela terá a oportunidade de fortalecer a confiança em si própria, o que a tornará mais forte, diminuindo enormemente o risco de sofrer de bullying.
Há trabalho a fazer aí em casa, mas acreditem, o resultado é altamente compensador.
Conto com vocês e o vosso filho conta também.
Beijinho bem grande com todo o amor,
POR: Carolina Vale Quaresma _ Coach Familiar _ Terapeuta do Sono Infantil