Não há soluções perfeitas, e cada filho tem características de personalidade específicas
Mas, na comunicação entre os pais e os filhos, existe um determinado número de regras base, as quais deverão ser respeitadas e colocadas em prática. Saiba quais são de seguida.
Afinal quem manda lá em casa
A pergunta a colocar aos pais é: “quem manda lá em casa?”. E quase sempre a resposta é: “os miúdos”! Pois é, o segredo de uma relação equilibrada entre pais e filhos está na questão do PODER.
Quem detém o poder, será quem irá impor as regras do jogo. E, muitas vezes, mesmo sem os pais se darem conta, são as crianças que dominam a casa. Ou seja, existe um poder hierarquicamente invertido.
Para se trabalhar esta questão, os pais terão que obrigatoriamente mudar de estratégia e aprender a contornar a retaliação dos filhos, além de que impor ordem implica lidar diretamente com a restrição de comportamentos e vontades das crianças de uma forma clara, honesta e sem margem para dúvidas.
Regras base a estabelecer
1 – Impor limites claros e percetíveis
Visualize os seus filhos como se de uma empresa gigante se tratasse, com limites claramente estabelecidos e, no interior da qual cada funcionário terá que cumprir regras para ter bom desempenho e também para não haver o caos.
Com os filhos é exatamente igual. Estabeleça desde tenra idade os limites ao nível de diversas áreas, tais como: arrumação, roupa, linguagem, relação com os pares e os irmãos, trabalhos de casa, alimentação, prendas e ofertas, entre outras. Se analisar de forma mais pormenorizada, a própria criança pede limites para ela mesma se organizar.
A “falta de educação”, surge quando esta não sabe como se comportar nas situações e, por isso, faz birra ou chora. É a sua forma de lidar com a frustração sentida no momento.
Por exemplo: uma criança terá que saber que na hora do jantar, terá que comer a comida sentado na sua cadeira.
2 – Dar recompensas e castigos adequados e específicos
Após o estabelecimento de regras de comportamento para cada área específica, é fundamental que o bom comportamento seja adequadamente premiado, e os maus comportamentos punidos de forma eficaz e imediata.
É importante que o faça, porque somente assim, o seu filho saberá se está a ter comportamentos adequados e positivos.
Por exemplo: se a criança se portou adequadamente quando foram almoçar ao restaurante, premie com uma ida ao parque e divirtam-se em conjunto.
3 – Prometeu? Cumpriu…
Cada promessa feita (negativa e positiva), deverá ser sempre cumprida, independentemente das circunstâncias.
Ensine ao seu filho que ele irá ter sempre consequências diretas provenientes do seu comportamento. Crie crianças autónomas e com a capacidade de lidar com os efeitos das suas atitudes.
Por exemplo: se prometeu ao seu filho que ele não veria TV enquanto não arrumasse os brinquedos, seja firme e cumpra a promessa. Imponha a sua autoridade de forma direta e sem medo.
4 – Dar amor, amor e amor
Dê amor e carinho sem limites, intercalado com regras e limites previamente estabelecidos. Para o afeto não há regras, pois deverá ser dado de forma honesta, direta e sem medo de mostrar também fragilidades.
Somente sentindo amor verdadeiro é que cada criança conseguirá expressar também amor, sem medo de ser criticado e aprendendo que é bom mostrar sentimentos.
Por exemplo: dê frequentemente abraços, beijos e carinhos físicos, cultivando a parte emocional de uma forma livre e humana. Dê afeto e peça afeto.
Possivelmente sentirá que é difícil o equilíbrio de todas estas regras base, mas só tentando na prática poderá verificar que é possível estabelecer regras de comportamento. E, se errar, peça desculpa humildemente ao seu filho e retifique o seu erro. Os pais também erram e faz parte do crescimento de ambos.
REGRA PRINCIPAL…
Pai é pai e filho é filho
O papel dos pais é serem pais e não os melhores amigos dos seus filhos, porque se assim fosse então não seriam os seus pais.
Não se escolhem os pais como escolhemos os melhores amigos. Há uma hierarquia que deverá ser respeitada, porque somente assim se conseguirá aquela relação de respeito e de autoridade entre ambos.
POR: Célia Francisco_ Psicóloga clínica
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Foto: Marta Caldas Barreiro